<i>Comentários breves</i>
O primeiro comentário refere-se às férias a que todos têm direito, mas que nem todos, infelizmente, conseguem concretizar. No Parlamento Europeu, depois de uma sessão plenária e do trabalho de organização após as eleições de Junho, os deputados entraram de férias até finais de Agosto.
Então, iniciar-se-á uma fase atribulada e de grandes incógnitas, tendo em conta a pressão que estão a fazer sobre o povo irlandês para a realização de um novo referendo sobre o projecto de Tratado de Lisboa, em 2 de Outubro. Desse resultado depende a evolução da integração capitalista da União Europeia. Até agora, foi possível impedir avanços mais perigosos na centralização do poder económico e político e novos ataques à soberania dos Estados que são membros desta União.
Recorde-se que o primeiro grande pedregulho foi a rejeição da dita constituição europeia pelos franceses, a que se seguiu também a rejeição pelos holandeses, em 2005. Mas, agora, a pressão e chantagem sobre a Irlanda é muito forte, dado que os líderes da União Europeia, com a Alemanha a comandar a estratégia, não querem novos contratempos. A ver vamos o que se vai passar, sendo certo que o Grupo da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Verde Nórdica, em que participam os deputados comunistas, está a apoiar as forças de esquerda que defendem o NÃO no novo referendo da Irlanda, tal como já aconteceu em Maio de 2008, quando o NÃO ao projecto de Tratado de Lisboa venceu folgadamente.
O segundo comentário refere-se à política desastrosa que prossegue na destruição de sectores produtivos fundamentais para o desenvolvimento de Portugal, aumentando o desemprego e hipotecando o futuro do País. Em dois encontros com agricultores, por ocasião da manifestação da CNA, no Porto, e da Via Campesina em Estrasburgo, podemos ouvir as reclamações justas por causa da grave situação da agricultura, com destaque especial para os produtores de leite e de carne, dada a concorrência provocada pela importação de grandes quantidades desses bens, o que pode provocar um autêntico desastre económico e social no sector, se não forem revistas urgentemente as políticas que estão na sua origem, designadamente a PAC.
Mas idênticas reclamações ouvimos recentemente de organizações empresariais do sector têxtil e de vestuário, seriamente preocupadas com a situação de milhares de micro, pequenas e médias empresas portuguesas, vítimas de uma política que desvaloriza a indústria e aposta sobretudo na protecção dos grandes importadores de produtos vindos de países terceiros. Neste contexto, é particularmente preocupante o Acordo de comércio livre que a Comissão Europeia prepara com a Coreia do Sul.
Aliás, o anúncio pela Comissão Europeia da tentativa de retoma da Ronda de Doha no âmbito das negociações da OMC, até ao final do ano, só pode provocar novas preocupações com o futuro da agricultura e de sectores industriais importantes para Portugal, como os têxteis, vestuário, calçado e outros. O que ainda assume maior preocupação num momento de crescimento do desemprego e da pobreza.
O terceiro comentário é sobre a pobreza que alastra no País, com destaque para o Norte, recentemente considerado a região mais pobre de Portugal e que está entre as mais desfavorecidas da União Europeia. O alerta partiu de um estudo elaborado para a Comissão Europeia pelo centro de estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, que apontam o encerramento de muitas unidades fabris como a principal causa destes resultados. O documento revela que o Norte está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da União Europeia, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a sub-região mais pobre. Enquanto em 2005/2006 havia cerca de 693 mil pobres na região, em 2009, existia cerca de um milhão «resultado do encerramento de muitas unidades fabris e falência de outras empresas que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores com a consequente redução dos seus rendimentos». O estudo refere ainda que, apesar do Norte ser a região mais pobre do país, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais (Américo Amorim e Belmiro de Azevedo), bem como empresas líderes sectoriais e mundiais como a RAR e a CIN, a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e a maior associação de jovens empresários (ANJE). O que também demonstra a injustiça e as desigualdades sociais que persistem no País.
Assim, o que desde já está claro é que, após este período estival, vamos enfrentar problemas graves que exigem denúncia, protesto e luta, para conseguir a ruptura necessária com estas política desastrosas. Podem estar certos de que, pela nossa parte, iremos dar voz a estes protestos na reabertura do Parlamento Europeu, em Setembro próximo.
Então, iniciar-se-á uma fase atribulada e de grandes incógnitas, tendo em conta a pressão que estão a fazer sobre o povo irlandês para a realização de um novo referendo sobre o projecto de Tratado de Lisboa, em 2 de Outubro. Desse resultado depende a evolução da integração capitalista da União Europeia. Até agora, foi possível impedir avanços mais perigosos na centralização do poder económico e político e novos ataques à soberania dos Estados que são membros desta União.
Recorde-se que o primeiro grande pedregulho foi a rejeição da dita constituição europeia pelos franceses, a que se seguiu também a rejeição pelos holandeses, em 2005. Mas, agora, a pressão e chantagem sobre a Irlanda é muito forte, dado que os líderes da União Europeia, com a Alemanha a comandar a estratégia, não querem novos contratempos. A ver vamos o que se vai passar, sendo certo que o Grupo da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Verde Nórdica, em que participam os deputados comunistas, está a apoiar as forças de esquerda que defendem o NÃO no novo referendo da Irlanda, tal como já aconteceu em Maio de 2008, quando o NÃO ao projecto de Tratado de Lisboa venceu folgadamente.
O segundo comentário refere-se à política desastrosa que prossegue na destruição de sectores produtivos fundamentais para o desenvolvimento de Portugal, aumentando o desemprego e hipotecando o futuro do País. Em dois encontros com agricultores, por ocasião da manifestação da CNA, no Porto, e da Via Campesina em Estrasburgo, podemos ouvir as reclamações justas por causa da grave situação da agricultura, com destaque especial para os produtores de leite e de carne, dada a concorrência provocada pela importação de grandes quantidades desses bens, o que pode provocar um autêntico desastre económico e social no sector, se não forem revistas urgentemente as políticas que estão na sua origem, designadamente a PAC.
Mas idênticas reclamações ouvimos recentemente de organizações empresariais do sector têxtil e de vestuário, seriamente preocupadas com a situação de milhares de micro, pequenas e médias empresas portuguesas, vítimas de uma política que desvaloriza a indústria e aposta sobretudo na protecção dos grandes importadores de produtos vindos de países terceiros. Neste contexto, é particularmente preocupante o Acordo de comércio livre que a Comissão Europeia prepara com a Coreia do Sul.
Aliás, o anúncio pela Comissão Europeia da tentativa de retoma da Ronda de Doha no âmbito das negociações da OMC, até ao final do ano, só pode provocar novas preocupações com o futuro da agricultura e de sectores industriais importantes para Portugal, como os têxteis, vestuário, calçado e outros. O que ainda assume maior preocupação num momento de crescimento do desemprego e da pobreza.
O terceiro comentário é sobre a pobreza que alastra no País, com destaque para o Norte, recentemente considerado a região mais pobre de Portugal e que está entre as mais desfavorecidas da União Europeia. O alerta partiu de um estudo elaborado para a Comissão Europeia pelo centro de estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, que apontam o encerramento de muitas unidades fabris como a principal causa destes resultados. O documento revela que o Norte está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da União Europeia, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a sub-região mais pobre. Enquanto em 2005/2006 havia cerca de 693 mil pobres na região, em 2009, existia cerca de um milhão «resultado do encerramento de muitas unidades fabris e falência de outras empresas que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores com a consequente redução dos seus rendimentos». O estudo refere ainda que, apesar do Norte ser a região mais pobre do país, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais (Américo Amorim e Belmiro de Azevedo), bem como empresas líderes sectoriais e mundiais como a RAR e a CIN, a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e a maior associação de jovens empresários (ANJE). O que também demonstra a injustiça e as desigualdades sociais que persistem no País.
Assim, o que desde já está claro é que, após este período estival, vamos enfrentar problemas graves que exigem denúncia, protesto e luta, para conseguir a ruptura necessária com estas política desastrosas. Podem estar certos de que, pela nossa parte, iremos dar voz a estes protestos na reabertura do Parlamento Europeu, em Setembro próximo.